a madrugada me desperta para os detalhes da casa
o tapete sob efeito de ondas
o barulho da tábua corrida
recebendo os pés cansados
na estante, a primeira letra do seu nome
dou ao amor o destino de uma taça
prestes a cair da beirada do poema
a vida submarina, primeiro livro da ana martins marques, tem me acompanhado essa semana. ontem, vivendo a madrugada, tudo era terror e espanto. a insônia me acompanha há meses, os versos se apresentam com certo ineditismo nessas horas. mas as pálpebras estão exaustas. o poema é um lugar desconhecido. o corpo estranha a chegada. a turbulência. esse encontro que me toca por baixo da pele. habitar as palavras é pra quem tem coragem.