meus olhos não conseguem acompanhar
seus pés no meio dessa multidão, mas hoje eu sei que seu
corpo ocuparia todo o espaço da minha boca
como um bocejo a caminho da cama ou
como saliva lubrificando palavras caladas
noites não menos noites (para ana)
nada de novo
a não ser uma dor na costela
e a promessa de parar de fumar
o lixo de casa transborda
papel sobre papel
mas é por causa dos bichos
que eu corro essa última vez
vou para bem longe
mas ainda consigo ouvir
o farfalhar entre os mortos
interrompem minha ausência
sempre na mesma hora
triste rodeio de palavras
tudo bem
beleza não se guarda
horror de perder esse silêncio
a não ser uma dor na costela
e a promessa de parar de fumar
o lixo de casa transborda
papel sobre papel
mas é por causa dos bichos
que eu corro essa última vez
vou para bem longe
mas ainda consigo ouvir
o farfalhar entre os mortos
interrompem minha ausência
sempre na mesma hora
triste rodeio de palavras
tudo bem
beleza não se guarda
horror de perder esse silêncio
poema para ana
lavar a roupa suja
e ainda encharcada
vesti-la
carregar no corpo
outros dizeres
desafiando sob o sol
a lei da gravidade
e ainda encharcada
vesti-la
carregar no corpo
outros dizeres
desafiando sob o sol
a lei da gravidade
demoras
a verdade é que você não
pretende mais lavar os pratos
não quer ir à varanda
sentir o coração acelerar
nem pensa em vasculhar uns olhares
porque tem medo de dimensões
você usa palavras rápidas
a fim de adiar as descobertas
mas escora no tempo ao me mostrar
o que tem entre as pernas
pretende mais lavar os pratos
não quer ir à varanda
sentir o coração acelerar
nem pensa em vasculhar uns olhares
porque tem medo de dimensões
você usa palavras rápidas
a fim de adiar as descobertas
mas escora no tempo ao me mostrar
o que tem entre as pernas
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